30/03/2016

Não podemos chamar de lar.



Você nunca foi convidado para entrar, 
não és bem vindo aqui,
não gosto de reforma alguma,
não descubra esses móveis,
não mexa nas gavetas.

As paredes escuras e mofadas irão trancar sua respiração
os cômodos sem janela irão te sufocar,
mesmo sem medo do escuro, 
essa luz que pisca sem parar, uma hora cansa 
e você nunca soube trocar uma lâmpada.

Aqui os tacos sucumbem
o abandono,
o telhado apedrejado,
os quartos trancados
e as chaves que não tenho mais.

Você pode acampar na sala se quiser, 
podemos brincar no escuro, 
fazer uma cabana de almofadas, quem sabe. 

Não abra seus olhos.
Não experimente essas lágrimas.
Nós poderíamos ficar assim para sempre? 
Para sempre no agora.
Eu não quero promessas. 
Não espero nada menos que suas mentiras.

É que não gosto de mudanças,
isso de pular de lar em lar,
sempre esquecemos uma coisa ou outra, 
até chegar a hora em que esquecemos de nós mesmos, 
esquecemos de cuidar. 

O meu lar não é seguro, 
meu lar é muquifo 
e você é um vândalo. 


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